E saiu um disco novo do Supergrass. Quem conhece a banda sabe que o último trabalho dos caras, Road to Rouen, era bem diferente dos quatro álbuns anteriores. O estilo ficou bem mais sombrio, denso, melancólico. Os motivos para isso eram vários: todos os integrantes da banda passavam por momentos difíceis em suas vidas. O resultado foi um disco excelente, na verdade. Eu, pessoalmente, o considero como o melhor álbum do Supergrass até hoje. Mas alguns fãs mais xiitas não gostaram tanto, por acharem que ele se desviou demais do estilo da banda.
Mas agora, três anos depois, o Supergrass parece ter voltado às origens. A fase Road to Rouen proporcionou um amadurecimento muito bem-vindo. Aqui, nesse Diamond Hoo Ha, as melodias voltaram a ganhar o tom mais "up" do Supergrass das antigas sem, no entanto, deixar de estar bem trabalhado e ligeiramente mais experimental, como ocorria no Road to Rouen.
A quase-faixa-título, Diamond Hoo Ha Man, que abre o álbum, começa lembrando a sonoridade do White Stripes. Mas bastam alguns segundos para que se perceba que se trata, de fato, de Supergrass. A faixa dita o tom do resto do disco. Bad Blood, que vem na sequência, já se tornou uma das minhas músicas favoritas da banda. Ela tem um certo peso raro de se ver no Supergrass (remete um pouco à excelente Richard III, do In It for the Money), e um riff bem marcante, memorável. Uma das melhores do álbum. E pra fechar a primeira sessão, temos Rebel In You. Ela traz à tona o lado mais dançante do Supergrass, que ficou de fora do álbum anterior, para a alegria daqueles fãs que reclamaram. É o mais puro Supergrass destilado em 281 segundos.
A faixa 6, Return of Inspiration, merece grande destaque na minha opinião. É uma das minhas favoritas. Ela muda o tom do álbum de uma certa maneira, deixando-o um pouco mais sóbrio, mais amadurecido. A influência do Road to Rouen marca presença aqui, mas de uma forma diferente: a faixa não é sombria, nem triste. Pelo contrário, sua mensagem é reconfortante; o refrão soa como um suspiro de alívio. O que fica é apenas o crescimento, o amadurecimento. Ghost of a Friend chega para enterrar de vez os fantasmas do passado já em seus primeiros versos: "Ghost of a friend came down to me, singing 'don't go back to misery'". E ela cumpre a sua promissora premissa com uma melodia acalentadora, uma das mais inspiradas do álbum. Já a caótica Whisky & Green Tea mostra o que acontece quando o Supergrass encontra a China e os instrumentos de sopro. É sem dúvida a faixa mais destacada do resto do álbum, a mais experimental. "Being chased by Chinese dragons..."
Além dessas que eu citei, também há ótimas faixas como 345, Rough Knuckles, Outside e Butterfly. Eu gostei muito desse álbum, apesar de ter precisado ouvir umas quatro ou cinco pra realmente captar o espírito. Talvez eu estivesse esperando outro Road to Rouen, já que havia gostado bastante do álbum anterior. Mas esse aqui não é um Road to Rouen, e também não é igual aos quatro primeiros. É algo totalmente novo, que mostra que a banda continua inspirada, criativa, e que ainda merece ser ouvida.
Faixas recomendadas: Diamond Hoo Ha Man, Bad Blood, Rebel In You, Return of Inspiration, Ghost of a Friend, Whisky & Green Tea.
Link: Supergrass - Diamond Hoo Ha
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março 29, 2008
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