
"Após todos esses anos, o lobo ainda é meu animal totem, e carrega fortes valores simbólicos pra mim. Certamente, não somos cães. Nos recusamos a ser domesticados"
Kristoffer Garm Rygg
A frase acima, do líder do Ulver (lobo, em norueguês) ilustra bem o que se ouve quando se dá "play" no perdition city. Depois de nascer no BLACK METAL/Folk, crescer com brigas com a gravadora o Ulver abandona qualquer possibilidade de Rótulos - quando Garm monta sua própria gravadora. A partir daí nasce perdition city - cheio de texturas hipnóticas, melancólicas com um tom urbanista angustiante, deixando de lado o destaque aos vocais e primando pela beleza dos instrumentos, das texturas, e dos samplers.
O som é nebuloso mas não é sujo, pelo contrário, depois de ouvir algumas vezes soa até meio "clean" com excessão das partes com vocais que são mais "lameadas" (e quase conversadas), mas isso não é tão constante ao longo do álbum.
"Eu concordo que nós somos talvez mais pintores que músicos. Existem meios de pintar ou projetar a música ao invés de simplesmente tocá-la. Você tem uma visão, e então você usa o que for necessário para realizar essa visão, dar-lhe vida. Assim, o resultado é uma forma muito visual de música." Garm
*não por acaso o subtítulo do álbum é "music for an interior film"